quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Isto dos filhos crescerem...

E já não haverem sessões de colinho e miminhos.
Isto de já não nos chamarem Mamã Quida e de já não nos abraçarem apertadinho.
Isto de eles já não andarem de roda de nós 24 horas por dia.
Isto de verificarmos de repente que já não é preciso  dar-lhes banho, nem vesti-los, nem cortar-lhes a carne nem levá-los  a escola e a natação e ao judo e ao futebol.
Isto de ficarmos com tanto tempo livre que até faz medo.
Isto de eles já não se abrirem connosco e de não quererem que façamos parte ativa do mundo deles.
Isto de eles saírem todas as noites depois do jantar para irem beber café e de aos fins de semana chegarem quase de manhã, ou mesmo de manhã, vá e dormirem o dia todo.
Isto depois do 1º impacto após repararmos nisso tudo e nos 3 ou 4 anos seguintes em que andamos a bater mal e a pensar no sentido da vida e na treta que pode ser ter filhos e no sentido que faz abdicarmos de viver por eles e de nos privarmos de muitas coisas por eles e de os amarmos tanto, mas tanto que até dói e nos sentirmos tristes por nos acharmos excluídos e abandonados.
Apesar de tudo, isto de os filhos crescerem até que tem as suas vantagens...
Todas as noites a casa só para nós dois, maridão e eu, eu e maridão...
Comandos, TV, PC, Tablet, tudo livre e desimpedido...
Não ter de fazer grandes refeições porque eles comem o que há e se não comem, venham cá amanhã ou façam eles que se são crescidos para a independência, também o devem ser para as responsabilidades... Voltei ao ginásio, comecei a andar de bike, por vezes dias inteiros sem preocupação, vou às compras descansadinha, sem ninguém  a fazer birras e a dizer que tem fome ou calor ou xixi, ou que está cansado... Sou dona dos meus horários e sinto-me no direito de já não ser eu a limpar os quartos deles.
Sinto-me no direito de atirar sapatilhas para o quintal quando pela milésima vez as encontro espalhadas pela casa.
Sinto-me no direito de lhes chamar a atenção quando fazem merda e ainda me sinto no direito de continuar a zelar por eles na sombra e sem que eles queiram ou percebam.
Digamos que pesar de tudo, é muito bom sermos os seus anjos da guarda, fazendo-os crer que estão por conta deles e ainda assim, sermos mais livres para fazer coisas que gostamos, certo?
Sim, isto é a perspetiva de uma mãe que teve de se habituar à ideia de que os seus filhos cresceram, eu!

8 comentários:

  1. Eu sou uma das filhas que se encontra nessa fase, mas ainda sou tão menina da mamã que até acho demais...mas é segredo não digas nada =)

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  2. Eu estou um passo atrás de ti...confesso que esses dias que se aproximam me assustam que não é brincadeira!...mas depois tal como na segunda parte do teu texto há uma parte de mim que sonha com o dia em que vou voltar a ir sozinha à casa de banho...if you know what I mean:))))

    jinhooooooosssssss

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  3. Estou exatamente nessa fase...mas confesso que tenho dificuldade em habituar me á ideia que eles cresceram....

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