quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Chegou a hora

Agora que dois mil e quinze está a findar e que todos se estão a preparar para o seu final e para receber o novo ano que aí vem cheios de novas resoluções, novos projetos e novos objetivos mas que lá para sábado, depois de passarem as ressacas, verificam que tudo estará absolutamente na mesma e que a vida continua o seu curso, seja ano velho ou ano novo.
Agora que estou finalmente no quentinho da lareira depois de um dia inteiro de diversão a pedalar com os amigos e mais uma molha daquelas, agora que os filhos e os pais e os irmãos estão entregues ás suas próprias viragens do ano nos locais escolhidos.
Agora que já convidei os meus amigos para jantar na praia e ver o ano a passar de garrafa numa mão e doze passas na outra (mesmo á pobre, eu sei, mas muito mais divertido), chegou a hora de vos desejar um maravilhoso 2016.
Que consigam cumprir com as resoluções e os objetivos e os projetos de cada um e sejam muito felizes.




terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Privilégio

As férias de fim de ano continuam.
E se ontem apanhei o maior banho da minha vida a pedalar, pois fui apanhada por um verdadeiro dilúvio em que houve inundações, estradas cortadas e afins, hoje fui brindada com 18 graus e um sol maravilhoso.
Em vez dos sapatos de encaixe e do capacete, hoje peguei nas sapatilhas e fui passear...
Sou uma privilegiada eu sei....





segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Este foi o ano

O ano em que voltei a acreditar em mim e nos outros.
Foi um ano em que muito vivi. 
Muito vi, li e aprendi.
Foi um ano de desafios superados e foi o ano em que me predispus a dar o melhor de mim e consegui.
Foi o ano em que olhei para mim e me vi.
Foi o ano em que me superei.
Foi um ano de memórias e de saudade.
Foi um ano em que sofri.
Foi um ano em que fiz muitas coisas de que gosto.
Pedalei. Pedalei muito, subi montanhas, desci trilhos mágicos, percorri caminhos maravilhosos.
Foi um ano em que muito me diverti.
Foi o ano em que decidi.
Foi um ano em que lutei.
E foi mais um ano em que sobrevivi.
Não foi um ano fácil, os anos nunca são fáceis. Não existem anos fáceis.
Mas foi um ano bom.
E feliz, muito feliz.
Projetos para o próximo ano tenho muitos, mas promessas não faço, deixo-me ir....




E ao dia 28 de Dezembro

Mesmo a tempo do fim do ano dois mil e quinze realizei mais um objetivo. 
Segunda-feira, férias. Acordei cedo como habitualmente, abri a janela e o dia estava chuvoso, a casa estava em ordem, fruto de um domingo de limpezas e por isso achei que merecia, decidi ficar no quentinho. A casa estava calma, silenciosa. O gatos Zé e Maria vieram enroscar-se a meus pés e passados alguns minutos a olharem para mim e a ronronarem, adormeceram. Embalada naquela quietude fiz o que há meses não conseguia, peguei no livro que andava a ler desde Setembro e acabei-o de uma assentada. Há muito que não demorava tanto  a ler um livro. Foi-me incutido bem cedo o gosto de ler, gosto das palavras, das frases que me contam histórias e me ensinam coisas. Já li centenas delas, mas a curiosidade de as saber completas leva-me muitas vezes a ler livros inteiros numa noite só. O tempo, esse, não estica, os afazeres são muitos e os objetivos a que me proponho ainda são mais e muitas vezes não pego nos livros por saber que não consigo parar antes de os ver chegar ao fim e isso custa-me noites de que preciso para descansar e os olhos já não são o que eram, sinto-os cada vez mais cansados. Não  podia no entanto deixar este objetivo por cumprir e como sempre que pego num livro, as letras sucediam-se apressadamente, capítulo após capítulo. Sorvi-as a todas com pressa e avidez certa de saber o final da história. Não sabia, o que ainda mais me surpreendeu. Todos os livros me surpreendem. Há muito que não passava uma manhã na cama a ler o que me fez recuar aos tempos de adolescente em que não havia computadores nem smartphones e a TV só tinha quatro canais. Eu, lia livros ao som do Oceano Pacífico na radio e adorava. 
A ver se em dois mil e dezasseis volto a ler histórias.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Neste Natal

O bacalhau já veio da Noruega e as couves do quintal da Ti Alzira. O peru, bom, o peru armou-se em engraçadinho e escapuliu-se, ninguém deu com ele, tivemos de ir ao talho, mas já está recheado e á espera de vez no forno. As filhoses vêm da casa da sogra e as restantes iguarias estão a ser confecionadas por toda a família. O serviço de Natal está preparado e pronto para ir para a mesa. Tudo a postos. 
Natal é família, Natal é amor, Natal é paz e comida na mesa. 
Desejo-vos um feliz Natal!



segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Missa do Galo

Naquele ano ela cismou que tinha de ir á Missa do Galo. 
Teve uma educação religiosa mas assim que teve direito a fazer escolhas, optou por não frequentar a missa, naquele ano porém, faria questão de ir. A sua roupa nova foi estreada na noite da Consoada para ir bonita é missa e não no dia de Natal, o que todos estranharam, mas esse assunto apenas a ela dizia respeito e não era entendível o sorriso que lhe bailava no rosto, a luz nos seus olhos e o sonho no pensamento. Esta seria uma noite diferente, muito especial e assim que se fez noite e se aproximava a hora da missa, o seu coração começou aos pulos, numa ansiedade que seria difícil de aquietar senão lá para a meia-noite.
Convencou o pai a ir levá-la á igreja para ir buscá-la depois. O que não faz um pai por uma filha.
A noite estava fria, mas o seu coração estava a arder. O céu estava inundado de estrelas que a seguiram até á entrada, encontrou as amigas, mas foi ficando para trás, o seu olhar perscrutava devagarinho todas as pessoas em volta que entravam apressadas para conseguir o melhor lugar. Procurava um rosto, um olhar, um sorriso que conhecia bem e que lhe sossegava a alma ao mesmo tempo que lhe fazia acordar as borboletas do estômago e lhe acalentava o corpo.
Avistou-o, sorriu-lhe e ele aproximou-se cumprimentando-a. Roçou a mão na dela sem ninguém perceber e segredou-lhe ao ouvido que estava bonita. Olharam-se nos olhos sem mais palavras, mas dizendo tudo. Ela entrou e ele ficou á porta, á espera que a missa acabasse para a ver de novo. 
Da missa não ouviu nem uma palavra, só pensava nos beijos já trocados, nas suas mãos quentes, no seu sorriso maroto, nas suas palavras engraçadas. Saiu apressada. 
Olharam-se de novo e cada um foi para sua casa. O melhor presente já o recebera, Dormiu sorrindo de coração sossegado. Todos os dias, já lá vão uns trinta anos.

Escolhas

Os filhos são  o nosso bem mais precioso  e a eles e por eles, fazemos o que jamais pensariamos fazer por alguém.
Educamo-los, cuidamos deles, ensinamos-lhes valores e atitudes. Ao longo das suas vidas vamos tirando as pedras do seu caminho amparamo-los quando tropeçam  e tentamos evitar que caiam. Tentamos sempre, mas sempre, que façam as melhores opções quando estão perante as encruzilhadas que vai nao vai lhes aparecem,  teimamos em aconselhá-los, alertamos, mostramos o que poderá ser o melhor para eles, mas há  uma coisa que não conseguimos fazer. As suas escolhas.....
E nem devemos, podendo isso por vezes significar vê-los cair.....

domingo, 20 de dezembro de 2015

E eu que até sou despachadinha

Tenho afinal um presente em falta pois filhos decidiram que uma criança de nove anos com um aquário enorme e uma grande afeição por peixes teria de receber no natal, não apenas roupa, mas mais peixes para o seu aquário.
Pois aqui esta Gaja que vos escreve prescindiu de uma manhã de pedaladas para ir ao shopping comprar peixes....
Primeira pergunta: Peixes de água quente ou fria?
Pois...
Segunda pergunta: A criança tem peixes grandes ou pequenos?
Pois....
É que os grandes podem comer os pequenos.
Pois....
Terceira pergunta: São para oferecer no Natal? Onde os vai guardar?
Pois....
Ah! Tem gatos em casa.
Pois....

Pois.... Não só não parei na peixaria para trazer um sargo, como não comprei um tubarão telecomandado, nem uma sardinha embalsamada. Vou ter de lá voltar na véspera de Natal!!!
Buahhhh

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Dizem que são só blogues

São blogues sim, pequenas janelas, umas maiores, outras mais pequenas, umas têm personagens, outras têm pessoas. Quase todas têm gente lá dentro. Gente que nos ensina, que nos inspira, que nos anima e que de alguma forma nos abre as portas do mundo. De outros mundos. Algumas até nos desgostam é certo, mas a maioria mostra-nos o quão enormes mais podemos ser. 
Gosto disto dos blogues e da gente que têm dentro.
Hoje tinha um embrulho na minha caixa de correio. Nem sei como conseguiu o carteiro lá chegar com tanto chaimite á minha porta, é que a minha rua hoje ganhou um tapete novo.  Ao abrir o embrulho verifiquei que o conteúdo estava cheio de coisas boas, coisas que isto dos blogues me trouxe. E não eram só coisas, para além das coisas, vieram carinho, bondade e inspiração que reforçaram em mim uma enorme vontade de abraçar a pessoa que as enviou e dizer-lhe obrigada. Obrigada pela garra, pela determinação, pelos ensinamentos e pela vontade de ser cada vez melhor que desperta em mim.
Obrigada Loira!

Socorro, vou ser atacada

Devo ter-me portado muito mal este ano. O Pai Natal, em vez de mandar o trenó  e as renas, enviou chaimites...

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

A vida é uma caixa de surpresas

Passamos tantos dias da nossa vida á procura de algo de que precisamos tanto, por vezes até  desesperadamente e não encontramos.
Quando finalmente desistimos e até nos convencemos que afinal de contas não precisávamos assim tanto desse algo, deixam-nos um embrulho á porta.
E nós,  não sabemos se o desembrulhamos ou não  para ver o que está  lá  dentro...

domingo, 13 de dezembro de 2015

Feito!

Vacinei-me contra a raiva. Em seguida passei pela farmácia e comprei 10 kgs de pachorra, dois comprimidos para os nervos e dois kgs de ideias. Levei óculos escuros para que não me chorassem os olhos com as luzes, cotoveleiras para afastar pessoas e capacete para o caso de a coisa ficar mesmo perigosa. Aí vou eu para a cidade e depois para o Shoppping. Em dois dias despachei os presentes todos. Sou muito despachadinha. Tão despachadinha que até comprei presentes para "moi même".
O que gostei mais foi esta máquina á prova de tudo. Á prova de choque, de lama e de água. Agora quando vou pedalar, em vez de parar, tirar as luvas, tirar o telemóvel da bolsa protectora, carregar em tudo quanto é botão para tirar uma foto quando simplesmente o momento já passou, agora é levar a máquina na mão e clic aqui, clic ali e ela a bater nos pinheiros e nas pedras e a cair na água e a ficar intacta (vamos ver....)


Gira não é? Mesmo a fazer pandã com a bike. E até já a estreei, funciona. Ainda..



quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

As segundas á quarta

Hoje não, não foi segunda feira mas eu que até aprecio as rotinas, quer dizer, tenho dias, nuns apetece-me tocar "As quatro Estações" de Vivaldi no piano, mas noutros só me apetece tocar "AC/DC" na guitarra. É por assim dizer uma versatilidade "derivada" do humor cá da minha pessoa, mas não, não sendo então segunda feira, eu agi como se fosse e acordei de mau humor. Isto de ter verificado que o fim de semana XL se finou não foi bom, não foi. Então, como em todas as segundas de manhã, estava emburrada, irritada e muito rabujenta e á tarde  já muito bem disposta, produtiva e com a mania de engraçada. Gosto de me armar em engraçada eu, de cantar enquanto trabalho e de mandar umas larachas. Pois... 
Eu juro que todos os dias tento trabalhar calada e quieta a bem do bom ambiente de trabalho e da concentração, mas isto de as coisas serem como são e de a essência nunca mudar é mais forte do que eu, o que hei-de eu fazer?
Com isto tudo, marchou um destes...
Corpo de chocolate com recheio de caramelo que se desfaz na boca e nas mãos deixando-as deveras pegajosas. Uma verdadeira badalhoquice no que toca a canetas e papelada e telefones, mas coisa mais boa não há e desde que o descobri nunca mais o larguei. A primeira maravilha da minha gaveta das guloseimas. A marca? Nã, não conto a não ser que paguem bem.



terça-feira, 8 de dezembro de 2015

As coisas são como são

Foi por alturas de um final de dia, que por sinal tinha sido encantador mas que foi ficando cinzento á medida que avançava, que me apercebi da mudança na minha até então distorcida realidade. 
Há muito que os dias amanheciam brilhando, talvez alguns fossem cinzentos ou até chovesse, mas a mim parecia-me sempre que lá mesmo em cima, por cima das nuvens o sol brilharia para sempre. Mas a neblina apoderou-se do céu e aconteceu que á minha volta tudo pareceu se transformar, sem que me tenha realmente apercebido. Foi então, naquele final de dia já escuro que realizei uma vez mais que por muito brilho que dêm ás palavras e ás atitudes, por muito que se tente modificar, voltar atrás, andar para a frente ou para os lados, até para cima e para baixo, chega uma altura em que se verifica que a essência nunca muda.
Um pássaro é sempre um pássaro e gosta de voar, um cão é sempre um cão e gosta do seu dono e uma pessoa é sempre uma pessoa, um ser cheio de brilhos mas também de tons cinzentos.

Um gato é sempre um gato e gosta de dormir á lareira....



segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Burgessa

Uma gaja bem quer  aprumar-se e armar-se em dondoca para ir ás compras, mas não passa de uma burgessa.
Hoje tirei um dia de férias e á tarde fui pedalar. Em chegando a casa tomei um banho, sim, uma gaja lava-se depois de pedalar, aperaltei-me e corri a uma loja para comprar umas coisas. Encontrei lá um colega de trabalho...
- Xi, Gaja tu não páras, já foste pedalar hoje, tu nem nas férias descansas?
- Ein? como é que sabes, tenho um ar assim tão cansado?
- Não, tens é o vinco do capacete na testa...

domingo, 6 de dezembro de 2015

Ouvi dizer

Que era inverno e que por ser inverno se usavam os pêlos...
O inverno não encontrei, mas ainda vi dois casacos

E um por do sol fantástico...



E uma imensidão de mundo envolta em neblina...


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

A vingança

Gataria anda enervada.
Depois da minha brilhante ideia, a árvore de Natal anti-gatos, de momento com as luzes desligadas para não chamar a atenção, gataria anda tristonha e cabisbaixa. Afinal é Natal e não há árvore para trepar e virar, bolas e estrelas para brincar, judiarias natalícias para fazer. Vai daí que gataria resolveu fazer a vingança e pata ante pata começaram a arranhar o meu rico sofá, hoje bati com os olhos nele.... A vingança está concretizada! 
Um dia ainda mato estes gatos e para já está tudo de castigo na garagem.




terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A lampada mágica

Foi num dia frio de inverno, logo pela manhã, que desejei tão fortemente esfregar a lampada mágica e voar. Acreditei, esfreguei e voei!
Talvez esse voar não tivesse sido bem sucedido pois ao invés de o meu voo ter aterrado algures na Muralha da China como era meu desejo, aterrou no meio de um conflito entre dois mundos. O inferno era tal que choviam pedras e tiros, as crianças corriam sem destino chorando, as mulheres gritavam ao verem-se perdidas e sem nada, as suas casas estavam destruidas e os seus maridos empunhavam armas e disparavam sem saberem muito bem para onde nem contra quem.  Já não havia ruas, não havia casas, não havia carros nem animais. Não havia alimentos. Havia sim feridos, doentes, gente com fome, gente que já nem era gente. O fm estava próximo. Tão próximo que corri a pegar na lampada, esfreguei com muita força e voltei a voar para o meu cantinho. Cheguei! 
Cheguei com a certeza de não querer mais partir, com a certeza de que apesar de tudo, voar para longe nem sempre é o que no final de contas desejamos. Cheguei com a certeza de que o inverno, o frio e os dias cinzentos são céu comparados com o inferno.