terça-feira, 30 de agosto de 2016

Tipo

Estava eu esticada no areal, o mar a serpentear ao fundo,  a areia morna a fazer-me cócegas nos pés  e o sol a aquecer-me sem me torrar, lendo eu um livro muito interessante mas grosso com'ó raio e cujas frases eu tentava percorrer tão  avidamente quanto possível numa desenfreada luta com os meus queridos óculos progressivos, quando fui subitamente distraida por uma conversa tipo história,  tipo mesmo ali ao lado.
Levantei um olho, tipo, o outro ainda ficou no livro , tipo por enquanto. Uma esbelta moça tipo aí  de uns vinte anos,  contava tipo a três  rapazes tipo a história da morte do hamster tipo do irmão  mais novo, tipo bué da puto mesmo que até  chorou tipo durante uma hora.
Larguei definitivamente o livro e tirei a porcaria dos óculos que já  me estavam tipo a provocar tendinites nos olhos para contar tipo os tipos que a história  tinha. Aos tipos perdi-lhes a conta de tantos mas tantos que eles eram, mas do hamster coitado,  até  fiquei com pena. Ficou tipo com as patas da frente entaladas numa porta e tipo, como ficaram partidas e não  se mexiam, tipo, ele começou tipo a roe-las até  que, tipo, se finou. O puto ficou tipo tão,  mas tão  triste e apático que tipo a esbelta moça  já  lhe comprou outro. Tipo, tipo um novo hamster. Está  tudo bem agora, tipo, mesmo bem.

domingo, 28 de agosto de 2016

Não que eu queira

Mas não  tenho outro remédio  senão dar por encerrada a Silly Season deste ano. 
Amanhã  volto a luta até  lá  para Dezembro.
Não  tirei todas as ervas daninhas do jardim,  não  aspirei o carro, não  arrumei os roupeiros nem lavei as cortinas. Fiz porém muitas outras coisas bem mais interessantes, ó se fiz. 

O resto... que se lixe, fica para outra ocasião.
Esta manhã peguei na minha fininha e na minha música e fiz-me a estrada em direção as praias com o intuito de organizar ideias e delinear alguns projetos. Podia até ser que dali viesse alguma inspiração, mas para além de passar todo o caminho a pedalar contra a puta da nortada que me empurrava para trás, não fiz mais nada. Cheguei a casa com as pernas a tremer e a achar que é bem mais difícil para mim pedalar contra o vento forte do que subir a serra.
Posto isto, além de cortinas por lavar, roupeiros por arrumar e ervas daninhas por caçar, ainda ficaram os projetos por delinear e as ideias por alinhar. Como diz o outro, que sa lixe para não dizer que sa fffff...
Boa semana para vocês e para mim também  :)



sábado, 27 de agosto de 2016

Hoje fui ao céu

Foi uma canseira esta manhã a subir a serra para ver as vistas que já estava com saudades e vai daí, nada, não se via nadinha!
Mas não perdi a viagem pois uma vez lá em cima eu estava era no céu e acima das nuvens, uma sensação indescritível.




quarta-feira, 24 de agosto de 2016

domingo, 21 de agosto de 2016

Como não podia deixar de ser

Esta que aqui vos escreve começou mais uma semana de férias. A pedalar, claro!
Vi-me negra para subir a serra e chegar lá acima, acho até que escorri todas as calorias ingeridas nos últimos tempos, mas esta fininha até deitou fumo a descer em direção a S. Martinho do Porto e do pastel de nata quentinho. Yupiii! Venham de lá esses dias de papo para o ar.

Quase, mesmo quase a chegar lá acima. Uf!!


sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Estranha forma de ser

Estou há  horas neste silêncio.  Talvez há  dias ou meses nem sei. Também  não  sei quando foi que comecei a estranhar as palavras, as conversas. Não  sei quando deixei de querer falar, muito menos quando deixei de querer ouvir. No inicio diagnostiquei-o passageiro, mas agora sei, agravar-se-á  a cada dia que passa. Estou apreensiva. Estará o meu mundo a ficar mais pequeno ou, pelo contrário,  a ficar cada vez maior?

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Ai a minha vida

Eu cá  tinha dor de cotovelo, afinal diz que é  epicondilite.  As coisas que aparecem a uma gaja.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Outrora

Eu sou da terra,  eu sou do céu,  eu sou da lua.  Eu sou forte e robusta, eu sou grande.

As minhas raízes cresceram e tornaram-se grossas e imponentes esgravatando a terra e cravando-a bem fundo, tão  fundo que nenhum tremor desta terra me abanará. 
Os meus braços cresceram fortes e longos espalhando-se em meu redor protegendo do sol e da chuva quem por aqui estiver. 
As minhas folhas bailaram alegremente, brilhando à  luz do sol e da lua espalhando sorrisos e amor.
Longas e felizes foram as palavras que todos pareciam ouvir.

Mas esta já  não  sou eu. 
Já  não  sou forte nem imponente, as minhas raízes já  não são tão robustas e fortes, os meus braços  quedaram-se e já  não protegem ninguém. As minhas folhas  já não  brilham nem bailam. Cai uma todos os dias. 

Esta já  não  sou eu. 
Eu sou muito maior....



quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Baralhação

Os lençóis  e as fraldas estão bordados, as botinhas tricotadas, os fatinhos alinhados,  cheirosos e macios, prontos nas gavetas a espera da chegada das cegonhas vindas de Paris.
Ondas de amor e esperança espalham-se pelos ares contagiando pessoas e arrancando sorrisos. Mães prenhes de vida e de amor aguardam pacientemente o dia em que a cegonha lhes vai deixar a porta um embrulho que choraminga.

As cegonhas porém que iniciaram há  pouco os seus voos, perfiladas umas atrás  das outras desenhando uma linha de renovação no céu, encontram-se agora às voltas, desorientadas, perdidas neste céu ensanguentado de fumo, cinzas e até  labaredas. Não  sabem para onde ir,  não  sabem o que fazer. ...
Estão desesperadas.

domingo, 7 de agosto de 2016

Salvamento

O casal entrou no mar como se do Mediterrâneo calmo e quente se trata-se, mas não, era o Oceano Atlântico. 
Ondas enormes e poderosas, correntes fortes e intensas arrastaram-nos para dentro e já não conseguiam sair. Os nadadores salvadores entraram na água a correr e a muito custo um conseguiu trazer a mulher, ambos exaustos e muito assustados. Os outros dois já não tinham forças. A mulher entrou em choque e hipotermia, chamou-se o Inem, a polícia marítima, as motas de água. Nunca mais chegavam. Um banhista corpulento e corajoso, perante a aflição, entrou no mar com uma corda e conseguiu finalmente alcançá-los, toda a praia ajudou a puxar. Salvaram-se!
Chegaram as equipas de salvamento e o Inem levou a mulher embrulhada em pratas, estavam trinta e dois graus... O homem estava aflito com ela, aparentemente filha e foram os dois. A praia sossegou, o mar é que não, parecia irritado, enervado, enfurecido até e foi ganhando terreno em relação a praia com ondas cada vez maiores, obrigando todas pessoas a irem recuando. 
Respeito perante tamanho poder. Hoje, apesar dos trinta e dois graus rente ao mar, nem as unhas dos pés molhei. Só se vive uma vez, aliás, de uma coisa estou certa, aqueles dois espanhóis tiveram uma segunda oportunidade e com certeza não vão tão depressa entrar no Oceano Atlântico.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Então e....

Por ter estado exposta a este sol e este calor,  quanto pagaria eu de IMI? ?

Estava aqui a pensar...

Quanto pagaria eu de IMI por ter olhado e adorado e fotografado  esta serra cheia de sol que mais parece a cara de alguém  que eu conheço ...

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Uma gaja regressa ao trabalho super relaxada e descontraída, com vontade e energia para dar e vender. Fica parte da manhã atarantada para trás e para a frente, pega nuns papeis, larga os papeis, pega noutros papeis para os largar logo em seguida. Começa  a ver os trezentos mails uma a um. Desiste, volta a pegar nos papeis e aos poucos o cabelo completamente eriçado começa  a baixar, a pulsação  a acalmar, a cabeça  começa  a pensar  que não  vale a pena voltar para a ilha, e que o melhor é enfrentar o cabrão do toiro pelos cornos. Planeia mentalmente a estratégia para partir para o ataque da papelada e dos mails e dos recados e das atas das reuniões para se inteirar do estado da coisa e despacha uma parte. Fica satisfeita pois lá  para quarta, quinta-feira vá, o toiro estará  dominado.
Em chegada a casa, já calma, calmíssima, calma p'ra caraças eriçam-se-lhe as pelagens pois depara-se com duas surpresas:

Um rato no tapete da sala trazido e assassinado pela gataria (um dia ainda mato estes gatos)



Uma bike na garagem (agora é que a porca torce o rabo)